4000 Químicos Num Cigarro
Por Maria João Guimarães
Há, na Europa, 102 milhões de fumadores e, todos os anos, meio milhão de europeus morrem devido ao vício do tabaco. A nível mundial, as mortes cifram-se em quatro milhões. Na Europa, a questão é a aprovação de uma directiva relativa à produção e etiquetagem, já que cada cigarro contém milhares de químicos e só poucos são conhecidos.
Em cada cigarro existem mais de 4000 químicos. E ninguém sabe quais são exactamente, embora alguns, como o amónio, sejam conhecidos, diz a secretária-geral da Rede Europeia para a Prevenção do Tabagismo, Sibylle Fleitman.
Segundo um relatório europeu, cerca de 30 por cento de todos os cancros nos países desenvolvidos estão relacionados com o tabaco, e 90 por cento dos cancros do pulmão são causados pelos cigarros. A Organização Mundial de Saúde (OMS) avisa: em 2030, o tabaco poderá provocar a morte a dez milhões de pessoas – o equivalente à população portuguesa. Em 1998, o tabagismo contribuiu para quatro milhões de mortes, acrescenta a OMS no seu relatório do ano passado.
Estudos recentes sugerem, de acordo com o mesmo relatório, que um em cada dois fumadores de longa data morre devido ao vício.
Benefícios nas Primeiras Horas
Só ao fim de uma década sem fumar se consegue reduzir para metade o risco de cancro do pulmão, mas os efeitos positivos da ausência de tabaco surgem logo no primeiro dia sem fumo:
– Duas horas depois de apagar o último cigarro, a nicotina começa a abandonar o corpo, surgindo os primeiros sintomas de abstinência.
– Quatro horas mais tarde, a frequência cardíaca e pressão arterial começam a diminuir apesar de poderem levar cerca de seis semanas a atingir os níveis normais.
– Após as primeiras 12 horas, o monóxido de carbono começa a sair do sistema e os pulmões funcionam melhor – as faltas de ar tornam-se menos frequentes e agudas.
– Em dois dias, o gosto e o cheiro apuram-se. A circulação sanguínea melhora e o exercício físico é mais fácil
– Passados três a nove meses a capacidade pulmonar aumenta cerca de 10 por cento.
– Cinco anos depois de se deixar de fumar, o risco de ataque cardíaco é duas vezes menor do que num fumador, e ao fim de uma década desce para níveis idênticos aos de uma pessoa que nunca fumou. (…)